Caderno de Apoio à Aprendizagem Afro-indígena Brasileira
Secretaria Estadual de Educação da Bahia
As Trilhas afro-indígenas brasileiras são uma revisão histórica da ancestralidade indígena e negra do Brasil. Visto que nosso país possui a maior diáspora africana e que há 305 etnias indígenas no Brasil e 22 na Bahia, precisamos revisar a nossa história de vida, a nossa ancestralidade pelas vias da diversidade, pela quebra dos referenciais brancos de uma história única, pela necessidade de fazermos A descolonização nos currículos das escolas na educação e pela releitura dos nossos legados ancestrais que os livros didáticos não contemplam. Esta trilha é simples, mas é a proposta de um estudo das epistemes tradicionais que quebram a verticalidade do poder, é a posição contra-hegemônica de educadoras e de educadores que fazem do respeito à cultura afro-indígena no Brasil um elo que não se quebra com os castigos impostos aos nossos antepassados, que não se quebra com a imposição de um currículo eurocêntrico, mas que resiste e transgride à história criada, imposta e reproduzida pelo colonizador europeu em apresentar povos africanos, africanos da diáspora e indígenas como selvagens, passivos, atrasados, sem alma, sem história e sem escrita. Temos uma história ancestral de luta e de resistência. Uma história silenciada e/ou distorcida. Portanto, a nossa trilha é uma revisão curricular que precisa ser vista como inclusiva no respeito a mulheres, homens e crianças pretas e indígenas que ocupam as nossas salas de aula e que, por inúmeras vezes, são invisibilizadas e anuladas pela sociedade racista, sexista, machista e cristã que nos oprimiu ao longo das nossas vidas.
Acesse aqui 1ª série – trilha 1
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#pratodesverem: Na imagem há um grafite feito em um muro com a imagem de uma senhora negra com um turbante colorido na cabeça e uma menina negra de tranças com contas coloridas nas pontas. Ambas estão usando guias coloridas no pescoço, do lado direito há a representação de algumas folhagens e o fundo da imagem é na cor rosa clara.
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Sobre os autores
O material foi organizado pela Coordenação de Educação do Campo e Quilombola, da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. A autoria foi colaborativa com especialistas da temática, entre eles dois membros do PROMEBA, Dra. Mille Caroline Rodrigues Fernandes e Dr. Carlo Eduardo Carvalho de Santana.
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Para saber mais
BAHIA. Secretaria da Educação. Documento curricular referencial da Bahia etapa do Ensino Médio. 1ª versão, 2021, p.692.
BRASIL. Ministério da Educação/MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Escolar Quilombola. Brasília–DF. 2012. CASTRO, Y. P. de. Falares africanos na Bahia: um vocabulário Afro-brasileiro. Rio de Janeiro: Topbooks Editora, 2001.
FERNANDES, M. C. R. De Angola à Nilo Peçanha: traços da trajetória histórica e da resistência cultural dos povos Kongo/Angola na região do Baixo-Sul. 2020. 260f. Tese (Doutorado em Educação e Contemporaneidade) – Departamento de Educação, Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2020.
GONZALEZ, L; HASENBALG, C. (org.). Lugar de negro. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1982.
GONZALEZ, L. A categoria político-cultural de amefricanidade. In: Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, Nº. 92/93 (jan./jun.). 1988, p. 69–82.
OYĚWÙMÍ, O. A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero. Tradução Wanderson Flor do Nascimento. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.
SANTANA, C. E. C. de. Pelejando e Arrudiando. Processos Educativos na afirmação de uma identidade negra em território quilombola: Baixa da Linha, Cruz das Almas-BA. 2015. 265f. Tese (Doutorado em Educação e Contemporaneidade) – Universidade do Estado da Bahia-UNEB, Salvador, 2015.
VIDAL, L. (Org.). Grafismo indígena: estudos de antropologia estética. 2 ed. São Paulo: Srudio Nobel: FAPESP: Editora da Universidade de São Paulo (EDUSP), 2000.